Deixa tudo como está, bem acomodado. Para que revirar o que está estabilizado? Vai dar trabalho, vai incomodar, vai exigir novas construções. Não vale à pena! Pensa você.
Daqui a pouco, os barulhinhos internos, que no momento estão agitados, no movimento do dia a dia, serão silenciados. Se transformarão quem sabe, em saudades e ficarão guardados, no sótão escuro e solitário. Ninguém os verá e, muito menos, saberá deles. Só você!
Os tais barulhinhos se transformarão em experiências não vividas, deixadas à beira do caminho.
Mas, não importa. Você é forte e capacitado em seguir sempre em frente. Assim proclama! Embora cheio de rachaduras profundas e doloridas na alma. Rachaduras que poderiam ser cuidadas.
Que aborrecimento! Que cansaço sinto disso tudo. E assim, também abandono! Deixo ficar tudo à beira do caminho.
Siga em frente e bom regresso à realidade, que possui um sótão escuro, incrustado de silêncios!
Autoria de Maria Auxilidora Negreiros de Figueiredo Nery.