segunda-feira, 26 de junho de 2023

Dia Morno e Sem Tempero.

 Tem dia que é assim!

 Morno e sem tempero.

 Tudo sem cor, sombrio.

 Tudo como um nevoeiro!


As horas, aparentam não passar.

Os ponteiros parecem não funcionar

Embora, o tic - tac do relógio,

Não para de barulhar, o tempo inteiro!


A cada tic, meu coração estremece.

A cada tac, minha alma padece.

Parecem lembrar uma angústia e

uma dor, que nunca se esclarecem!


E assim, o dia termina.

Morno como a temperatura.

O sono chega e me acalenta

E o descanso da noite me cura.


* Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

terça-feira, 30 de maio de 2023

Palavras Embotadas


Não consigo escrever.

Não consigo me expressar

Tenho tanta coisa a dizer.

Tenho tanto, o que desatar.


Tem lembranças, saudades,

ideias e questionamentos.

Tem hipóteses, dúvidas,

curiosidades e tormentos.


As palavras estão mudas,

desatentas ou preguiçosas.

Talvez estejam adormecidas,

ou talvez, misteriosas!


Quem sabe em outro momento.

Quem sabe em outra hora.

As palavras reajam

e ponham tudo para fora.


* Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.


Dia Umedecido

Dia molhado, embebecido!

Folhas verdes e gotejantes.

Terra encharcada e fecunda.

Pássaros voando esfuziantes!


Eu, da janela aprecio a tudo,

envolta em meus sentimentos.

Celebro a vida, o instante!

Me aquieto, e gozo o momento.


O vento fresco, acaricia a minha face.

Fecho os olhos e aproveito calmamente.

As narinas se abrem, sem dificuldade.

O ar aquoso, me penetra profundamente!


Respiro fundo e experimento,

a suavidade e a refrescância.

O corpo agradece o carinho.

A alma fica leve e criança.


* Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.


sexta-feira, 11 de novembro de 2022

Pinto Trapalhão.


O pinto da minha avó, voou e subiu na pia.

Pois lá cismou, que brincar ele podia.

É um pinto teimoso e de muita rebeldia.

E de tanto ser assim, sempre causa estrepolia!


Quebrou pratos, copos, mexeu em tudo que podia.

Bebeu água, e comeu gulosamente, uns grãos.

Ficou engasgado e bem empapuçado.

Mas, logo em seguida, deu um forte arrotão!


E pinto engasgado

É engraçado de ver!

Retorce todo o pescoço

Para a comida descer.


Mas, esse pinto é  também atrapalhado!

Escorregou, caiu, rodopiou pela pia.

Prendeu o pé no ralo e ficou muito assustado.

Com medo e apavorado, chamou pela família.


Piou forte, piou alto, piou escandalosamente!

Piou para toda a bicharada do quintal ouvir.

Correu o galo, a galinha, o pato e o pavão.

Todos  se desesperaram e acudiram o trapalhão!


* Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.


segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Prazer Em Mim

 

Tenho prazer em mim

De ser o que hoje sou

E de cada estopim

Que me transformou.

 

Tenho prazer dos meus medos

E das minhas limitações

Dos meus enredos

E das minhas composições.

 

Tenho prazer da minha história

De tudo até agora vivido

Da minha trajetória

E até do que foi perdido.

 

Tenho prazer das conquistas

E das árduas vitórias

Das metas alcançadas

E das minhas memórias.


Tenho prazer da mulher

Que a cada passo me tornei

Da garota que um dia eu fui

E de tudo que me transformei.

 

Tenho prazer da vida

Das pessoas queridas

De cada gargalhada dada

E das inevitáveis feridas.

 

Tenho prazer da minha essência

E das minhas aberrações

Do ser humano falível

Das minhas imperfeições.


* Texto de Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Caminhos Invertidos

 

 

Cansada, alheia e cabisbaixa

A mulher passa na calçada

Sustenta sacolas pesadas

Caminha de forma pausada.

 

Com uma pequena corcunda

Semblante bem castigado

Parece carregar um fardo

Com seu corpo fustigado.

 

O olhar muito tristonho

Braços bem definhados

É uma figura castigada

Pelas circunstâncias da vida.


O dia só começando

E ela, com compromissos

Mas, outra mulher lhe chama

E ela esboça um sorriso

 

As duas conversam bastante

Parecem ser grandes amigas

Falam dos acontecimentos

E das pessoas queridas.


Depois de uma longa palestra

Elas seguem seus caminhos

A mulher, com seus passos fatigados.

A outra, com os seus mais descansados.



* Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Vida Esturricada

 

Vento quente bate na janela

Sol ardente queima a pele

É o calor em demasia

É o suor que expele.


Altas temperaturas

Céu esfumaçado

Dias de secura

Corpo desanimado


Plantas ressequidas

Solo desidratado

Tudo muito árido

Tudo craquelado.


A vida desalentada

A fala muito cansada

A roupa esturricada

A água evaporada.


É a severa estiagem no clima 

É a dolorida estiagem nas almas!

Só relações tensas, amuadas.

Só azedumes! Pessoas contrariadas.


É a conta que se paga

Quando a vida é transgredida

Nada mais é respeitado

Tudo fora da medida.


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.