segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Prazer Em Mim

 

Tenho prazer em mim

De ser o que hoje sou

E de cada estopim

Que me transformou.

 

Tenho prazer dos meus medos

E das minhas limitações

Dos meus enredos

E das minhas composições.

 

Tenho prazer da minha história

De tudo até agora vivido

Da minha trajetória

E até do que foi perdido.

 

Tenho prazer das conquistas

E das árduas vitórias

Das metas alcançadas

E das minhas memórias.


Tenho prazer da mulher

Que a cada passo me tornei

Da garota que um dia eu fui

E de tudo que me transformei.

 

Tenho prazer da vida

Das pessoas queridas

De cada gargalhada dada

E das inevitáveis feridas.

 

Tenho prazer da minha essência

E das minhas aberrações

Do ser humano falível

Das minhas imperfeições.


* Texto de Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Caminhos Invertidos

 

 

Cansada, alheia e cabisbaixa

A mulher passa na calçada

Sustenta sacolas pesadas

Caminha de forma pausada.

 

Com uma pequena corcunda

Semblante bem castigado

Parece carregar um fardo

Com seu corpo fustigado.

 

O olhar muito tristonho

Braços bem definhados

É uma figura castigada

Pelas circunstâncias da vida.


O dia só começando

E ela, com compromissos

Mas, outra mulher lhe chama

E ela esboça um sorriso

 

As duas conversam bastante

Parecem ser grandes amigas

Falam dos acontecimentos

E das pessoas queridas.


Depois de uma longa palestra

Elas seguem seus caminhos

A mulher, com seus passos fatigados.

A outra, com os seus mais descansados.



* Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Vida Esturricada

 

Vento quente bate na janela

Sol ardente queima a pele

É o calor em demasia

É o suor que expele.


Altas temperaturas

Céu esfumaçado

Dias de secura

Corpo desanimado


Plantas ressequidas

Solo desidratado

Tudo muito árido

Tudo craquelado.


A vida desalentada

A fala muito cansada

A roupa esturricada

A água evaporada.


É a severa estiagem no clima 

É a dolorida estiagem nas almas!

Só relações tensas, amuadas.

Só azedumes! Pessoas contrariadas.


É a conta que se paga

Quando a vida é transgredida

Nada mais é respeitado

Tudo fora da medida.


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Cenas de uma segunda-feira

Passarinho canta lá fora.

Criança brinca contente

Mulher pega a vassoura

Vento sopra discretamente


As folhas rebolam no alto

Eu olho e me delicio

E pela janela vejo

Uma fêmea em pleno cio.


Observo a água límpida

Que leve cai da torneira

O semblante da mulher cansada

Coisas de uma segunda-feira.


São cenas de uma semana

Que se inicia preguiçosamente

Sem novidades e pompas

Só as mesmas coisas de sempre.


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery

domingo, 13 de setembro de 2020

Homem Marginal


             

   Dia muito quente

   Abafado

  Céu cinzento

  Esfumaçado.


  Fogo queima

  No Pantanal

  Dói na alma

  Faz muito mal.


  Homem cruel

  Que maltrata e mata

  É um miserável

  É um ser pirata.

  

  É um idiota

  É um boçal

  Um ganancioso

  Um marginal.


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Embalo sonolento


O trem apitou

O vento gemeu

A árvore balançou

A cidade adormeceu.


Nesse embalo sonolento

Todos sonham que um dia

O despertar será diferente

Sem a mordaça que angustia


O medo terá ido embora

O aprisionamento virará alforria

O vírus que adoece e mata

Perderá essa "guerra fria".


Oxalá, o homem aprenda!

Que com a vida não se brinca

E humildemente reconheça

O quanto a existência é rica.


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.


sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Bia, Bia, Beatriz

             

Doce, meiga e pequenina.

Com seu olhar cativante.

Bia sorri para a vida.

E dá seus passos iniciantes

 

Só não tenha pressa menininha!

Um passo de cada vez.

Serão tantas descobertas.

 Por isso, eu peço: sensatez!

 

Você verá linda criança!

 Que o mundo é grande e desigual.

 Com diferentes tamanhos

 Do diminuto ao colossal.

 

Não se afobe. Tenha calma! 

Parcimônia e sabedoria.

 Faça tudo equilibrado

 Com amor e harmonia.


 E quando já estiveres pelo mundo

 Lembre-se do que aprendeu.

 Do amor, afeto e respeito

 Que dos seus pais recebeu.

 

Dessa forma, Bia, Bia, Beatriz!

Cresça e voe mundo afora.

Você estará pronta e segura

 Para viver e ser feliz!


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.