domingo, 24 de maio de 2009

Saudades da criança



Saudades de você minha criança.
Dos tempos que brincava e para o meu colo corria.
Saudades do seu corpinho se aconchegando no meu.
Saudades do seu cheirinho e de cada pedacinho seu.

Saudades do jeitinho engraçado.
Como dizia algumas palavras.
Palavras que só eu entendia.
"Risando," ao invés de rindo.
"Semetidando", ao invés de exibindo.

Saudades da bagunça gostosa que fazia.
Saudades do meu pequeno menino.
Que com tanto carinho eu cuidava.
Brincava e rezava juntinho.

Me lembro das brincadeiras.
Até aquela em que tinha o jacaré.
Em que eu simulava de muitas maneiras.
O bicho mordendo o seu pé.

Saudades da criança esperta e alegre que era você!
Saudades de muitas noites.
Saudades de muitos dias.
Saudades do que acontecia, 
Antes de você adormecer.

Depois do leitinho morno, 
De escovar os dentes e rezar.
Eu lia muitas histórias 
Até o seu sono chegar.

Você se aninhava em mim.
Eu te acariciava e te acalentava
Te cobria 
E do seu sono cuidava.

Saudades enfim, meu filhinho!
Da sua voz suave, da sua pele macia.
Dos seus olhos vivos e inocentes.
De suas mãos pequeninas.
Saudades de tudo isso sempre.


*Autoria de Maria  Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Mão do Homem



O Pantanal chora.
Arde em chama.
Tamanha a voracidade
Do poder da mão humana.


*Autoria de Mª Auxiliadora Negreiros Figueiredo Nery.

sábado, 16 de maio de 2009

Singularidade


" Acredito que na singularidade das coisas muito é revelado."                                Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

Minha forte referência de vida.


Meu pai.
Foi uma pessoa com muita personalidade, otimista e forte. 
Sempre realizou os mais difíceis trabalhos com entusiasmo, determinação, coragem. 
Ensinou a mim, a meus irmãos e netos com atitudes e muita convicção, que devemos explorar todo o potencial que possuímos. E tudo que a vida, a cada dia, nos oferece.
Era apaixonado por mim minha mãe, a quem chamava carinhosamente de “Preta”.
Um dia, já muito doente e próximo de sua partida, expressou uma frase que resume a atitude determinada e valente que sempre teve na vida: “A lembrança consome a esperança!"
A esperança era seu preceito de vida.
Ao meu pai, com muito amor, carinho, admiração, respeito e saudades.
Beijos da sua filha "Nani". Era assim que ele me chamava.


*Autoria de Maria  Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Era uma vez...




Era uma vez...


Era uma vez uma mulher.
Era uma vez uma mulher que amou um homem.
Era uma vez uma mulher que amou um homem e ficou grávida.
Era uma vez uma mulher que amou um homem e ficou grávida e deu à luz um bebê.

Era uma vez uma mulher que amou um homem e ficou grávida e deu à luz um bebê e começou a amamentá–lo e a brincar com ele.

Era uma vez uma mulher que amou um homem e ficou grávida e deu à luz um bebê e começou a amamentá-lo e a brincar com ele e a se lembrar de quando brincava de mamãe com suas bonecas.

Era uma vez uma mulher que amou um homem e ficou grávida e deu à luz um bebê e começou a amamentá–lo e a brincar com ele e a se lembrar de quando brincava de mamãe com suas bonecas, achando graça da idéia de seu filho ser seu boneco, sem ser da conta de que, um dia fora boneco de sua mãe.

Era uma vez uma mulher que amou um homem e ficou grávida e deu à luz um bebê e começou a amamentá–lo e a brincar com ele e a se lembrar de quando brincava de mamãe com suas bonecas, achando graça da idéia de seu filho ser seu boneco, sem se dar conta de que de início todos os filhos são brinquedos de suas mães.

Era uma vez um bebê, que teve a sorte de ser por um instante brinquedo de sua mãe, aprendendo a brincar com ela para assim tomar posse do seu próprio brincar e passar a viver criativamente no mundo.


* Texto de Autoria Anônima.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Tempo



Tempo é o passado. 
É o presente. É o futuro.
Tempo é vida concebida. 
É também a morte assistida.

Tempo é contradição. 
É dor e prazer. Tristeza e alegria.
Tempo é controvérsia. 
É polêmica e decepção.

É saudade, lembranças .
E quem sabe, uma fantasia.
Tempo é um instante. 
Mas, pode ser longos dias.

Tempo pode ser passagem. 
Pode ser também momento.
Também pode ser o acaso
Ou resultado do planejamento.

Tempo é a vida vivida. 
É um segundo da gente.
É a mera rotina. 
É o que passa e nos surpreende.

Tempo é rápido. Tempo é lento.
Tempo é curto. Tempo é breve.
Temos sempre tempo para tudo na vida.
Só não temos tempo, para as coisas da gente!


*Autoria de Mª Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Infância



Infância...

Cor.
Movimento.
Alegria.
Sonho.
Sensibilidade.
Fantasia.

Infância...

Música.
Melodia.
Descoberta.
Jogo.
Brincadeira.
Adivinha.

Infância...

Medo.
Bicho-papão.
Esconde-esconde.
João e Maria.
Bruxa.
Roda-pião.


*Autoria de Mª Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

domingo, 10 de maio de 2009

Almas Que Choram.



Ontem vi almas chorando. 
Almas sofrendo, se lamentando.
Vi o choro do que já foi. 
Choro da saudade, da dor e do rompimento.
Choro do adeus e do arrependimento.

Vi almas sofrendo, pensando, lembrando.
Almas caladas, cabisbaixas e amarguradas.
Vi fragilidades, medos e solidão.
Vi desamparos, desabafos, decepção.

Vi almas, sentimentos e emoções.
Vi aquilo que não é revelado. 
Que é sempre contido.
Que é sempre silenciado.

Vi gente sofrida.
Vi almas destroçadas.
Vi ruínas.
Vi o que não é ostentado.



*Autoria de Mª Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Menino




Menino!
Quem é você?

Filho do homem.
Filho da terra.
Filho da vida.
Filho sem nome.

Filho do medo.
Filho da dor.
Filho do grito.
Filho do pavor.

Menino.
Da fala acanhada.
Do olhar perdido.
Do corpo pequeno.
Das mãos maltratadas.

Menino do vento.
Menino da sombra.
Menino do tempo.
Menino que assombra.

Menino invisível.
Menino atroz.
Menino impossível.
Menino sem voz.

Menino que luta.
Menino destemido.
Menino de rua.
Menino atrevido.

Menino. Oh Menino!
Quem é Você?


*Autoria de Mª Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.