segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Cultivo da Palavra



Amo plantar e colher palavras.
Elas são cheias de significados
Palavras dúbias ou categóricas
Formam ricos palavreados.

As palavras nos dão ideias 
E provocam decisões.
E se bem compreendidas 
Rompem convicções.

No entanto muita atenção!
As palavras nos fascinam
Elas são muito habilidosas
E facilmente nos hipnotizam.

As palavras são obras primas.
Delicadas como pingentes!
Devem ser bem cultivadas.
Para nos tornar gente!


* Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Trem da minha vida



O ritmo agora desacelerou.
Meu trem desliza sobre os trilhos.
Quase flutua!
O apitou antes frenético, acalmou!

Meu trem já viajou combalido.
Suas engrenagens se retorciam.
Seus movimentos eram bruscos.
Seus solavancos até doíam!

A trajetória era árdua e exigente.
Com muitos pontos obscuros.
Ferrugens e arranhões
Deixaram marcas em meus vagões.

Mas houveram muitas conquistas!
Descobertas e diversas estações.
Um jogo de quebra cabeças.
Aquarela de sensações!

O trem da vida é assim mesmo
Passa por terrenos cheios de erosões. 
O alívio é que as paisagens mudam.
E mudam também as emoções.

*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

terça-feira, 15 de março de 2016

Menino do coração!


O menino chega à casa da avó
Alegre e esfuziante!
Em seguida, logo reclama:
"Vó, na minha roupa tem Sol!"

Tira a camisa do corpo.
E joga com destreza no chão.
Vai direto para o quintal
Atrás da bola e da diversão.

Sobe na árvore corajosamente.
Depois grita lá do  alto:
"Vó! Tô com trovão na barriga. Faz mingau?"
Pede o menino, dengosamente!

Depois com a barriga em calmaria
E muito vento nos pés.
Brinca, pula, salta e grita
E recomeça a euforia.

Com a cabeça borbulhando 
O menino põe-se a imaginar
Uma luta com um pirata
E vai para a lama guerrear.

 A avó que vê tudo
 Orgulhosa logo exclama:
"Eita menino danado!
 Que sujo, que escuridão!

Venha amanhecer o corpo.
 Ficar limpinho e cheiroso.
Vou lhe contar uma história
 E cantar uma canção.

 Meu menino do coração!"

*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.