quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Vida Esturricada

 

Vento quente bate na janela

Sol ardente queima a pele

É o calor em demasia

É o suor que expele.


Altas temperaturas

Céu esfumaçado

Dias de secura

Corpo desanimado


Plantas ressequidas

Solo desidratado

Tudo muito árido

Tudo craquelado.


A vida desalentada

A fala muito cansada

A roupa esturricada

A água evaporada.


É a severa estiagem no clima 

É a dolorida estiagem nas almas!

Só relações tensas, amuadas.

Só azedumes! Pessoas contrariadas.


É a conta que se paga

Quando a vida é transgredida

Nada mais é respeitado

Tudo fora da medida.


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Cenas de uma segunda-feira

Passarinho canta lá fora.

Criança brinca contente

Mulher pega a vassoura

Vento sopra discretamente


As folhas rebolam no alto

Eu olho e me delicio

E pela janela vejo

Uma fêmea em pleno cio.


Observo a água límpida

Que leve cai da torneira

O semblante da mulher cansada

Coisas de uma segunda-feira.


São cenas de uma semana

Que se inicia preguiçosamente

Sem novidades e pompas

Só as mesmas coisas de sempre.


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery

domingo, 13 de setembro de 2020

Homem Marginal


             

   Dia muito quente

   Abafado

  Céu cinzento

  Esfumaçado.


  Fogo queima

  No Pantanal

  Dói na alma

  Faz muito mal.


  Homem cruel

  Que maltrata e mata

  É um miserável

  É um ser pirata.

  

  É um idiota

  É um boçal

  Um ganancioso

  Um marginal.


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Embalo sonolento


O trem apitou

O vento gemeu

A árvore balançou

A cidade adormeceu.


Nesse embalo sonolento

Todos sonham que um dia

O despertar será diferente

Sem a mordaça que angustia


O medo terá ido embora

O aprisionamento virará alforria

O vírus que adoece e mata

Perderá essa "guerra fria".


Oxalá, o homem aprenda!

Que com a vida não se brinca

E humildemente reconheça

O quanto a existência é rica.


*Autoria de Maria Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.