domingo, 2 de agosto de 2009

Papel em Branco


Papel em branco. 
Papel sem linha, sem traço, sem forma, sem palavras, sem expressão. 
Papel sem sentimento, sem comunicação, sem memória. 
Papel com nada vivido, nada preenchido. Sem ação!

Papel vazio! Só um papel. 
Atirado no tempo, jogado ao vento. 
Sem marcas, sem dobras. 
Sem lembranças de qualquer vida. 
Sem ter nada para desbotar ou colorir. 
Sem aventuras. Sem descobertas. 
Sem mistérios. Sem fantasias. 
Sem vitórias. Sem derrotas. 
Sem perdas. Sem lutas. Sem conquistas. 
Sem ter nada para contar. 
Sem ter nada para criar. 
Sem nada para aspirar. 
E muito menos para acrescentar.
 
Só um papel! 
Que serve para registrar, apenas a histórias alheias. 
Que serve para reproduzir, apenas sonhos que não são seus. 
Que serve para homologar apenas decisões dos outros. 
Que serve para ser preenchido com coisas da vida, que não é a sua. 
Deve ser muito triste, ser na vida só um papel em branco!

Atirado no tempo. 
Jogado ao vento. 
Esquecido! 
Sem história, sem memória, sem registro, sem vida.


*Autoria de Mª Auxiliadora Negreiros de Figueiredo Nery.